O Natal está a aproximar-se a passos largos, e se há algo que me dá prazer é pensar na prenda que vou dar. E, como na minha família combinamos que no Natal não haveria prendas, vou dar algo que para mim é muito mais significativo do que um par de sapatos, uma carteira ou um relógio. Vou dar fotografias. Este ano andei sempre com uma máquina fotográfica atrás. Em todas as ocasiões tirava fotografias à família, muitas delas sem estarem conscientes de que o estava a fazer. E agora, ando a fazer álbuns digitais para cada um com esses mesmos momentos. Risos tímidos, garagalhadas sentidas, momentos de relexão ou de maior compenetração. Nenhum momento, mais ou menos emocional, escapou à minha objetiva, e ando verdadeiramente entusiasmada com esta minha ideia.
Mostrar mensagens com a etiqueta Gaja. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Gaja. Mostrar todas as mensagens
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Falas tu ou falo eu?
Chegar à idade adulta para mim foi uma conquista fabulosa, eu sempre quis fazer parte do mundo dos crescidos, ter a minha vida, as minhas responsabilidades, ter a minha casa e ser eu a tomar as decisões. Mas não só por isto. Sempre me incomodou a forma infantil como as crianças e jovens lidavam uns com os outros, amuavam e deixavam de falar uns com os outros. Chegar à maioridade podia possibilitar que, em desacordo, as pessoas pudessem conversar e chegar a consensos, nem que fosse para dizerem que nunca mais se falariam. No entanto, e apesar de praticamente todos aqueles que me rodeiam estarem em concordância com esta minha idealização da maturidade, ainda me deparo com uma ou outra pessoa, que me fazem reviver velhos tempos de pura incapacidade de se revelarem uma outra coisa que não aquilo.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Nada escapa à estética
Li recentemente uma notícia que mencionava
o interesse cada vez maior nas jovens de origem britânica em realizar uma
cirurgia estética aos lábios vaginais. Estas intervenções aumentaram
significativamente nos últimos 10 anos (cinco vezes mais), e as jovens ainda se
encontram a estudar, uma delas de apenas 11 anos, sendo por isso muito novas.
Estas jovens
sentem-se incomodadas pelo tamanho dos lábios vaginais, que consideram
exagerados e fora do comum. No entanto, em muitos destes casos, a intervenção
foi recusada uma vez que se tratava de situações perfeitamente enquadradas no
que é considerado "normal".
Questionadas
relativamente à sua motivação e objetivo para realizar a cirurgia, elas
apontavam a melhoria da sua aparência, da autoestima, a eliminação do
desconforto sentido e a melhoria das relações sexuais. 30% das mulheres
indicavam que esta insatisfação se iniciou entre os 11 e os 15 anos.
Eu acho
maravilhoso que cada um procure sentir-se o melhor possível com o seu corpo,
mas esta especificidade mostra-nos que nada escapa ao escrutínio pessoal e
social. Mas existem vaginas feias? E como determinam a normalidade dos tamanhos
dos lábios vaginais? E até que ponto faz sentido recorrer a esta cirurgia se o
objetivo que a motiva pode inclusive ser contraproducente, como é o caso
de quererem melhorar a relação sexual e sofrer de perda de sensibilidade
como consequência da cirurgia. Aos 11 anos acho que nunca tinha olhado para
essa parte do meu corpo com olhos de ver. Eu que andava a pensar se fizesse uma
ou outra cirurgia ao corpo já me dava por satisfeita, lá vou ter de pesquisar
que outras áreas me escapam e que podem estar a precisar de intervenção
urgente. Uma mulher não tem sossego!
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Mudam-se os tempos, mas não as vontades
Apesar de não gostar de novelas de época, esta semana vi um episódio da famosa novela "Gabriela". No decorrer daquele momento e, imbuida no espírito natalício, agradeci sinceramente ter nascido numa época em que posso fazer diversas escolhas para a minha vida, não direi com a liberdade total, uma vez que mesmo inconscientemente estamos muito condiciondos pelas normas sociais, mas com autonomia quase tortal. Posso decidir onde vou, com quem vou, dispor do meu tempo da forma que considerar conveniente e prazeiroso. Posso decidir namorar ou casar com quem escolher. Sou soberana na decisão de participar em algo, ou de não participar. Sou ouvida na minha opinião e valorizada nas minhas opções. Gosto de ter a minha profissão e a minha independência. Sinto-me útil ao prestar um trabalho necessário à sociedade.
Ontem fui, como todos os mortais que precisam de se alimentar, ao supermercado. Gosto de ir ao supermercado a uma hora improvável para a maioria, à hora de jantar. Entrei e deparei-me com a tradicional campanha chamativa de brinquedos para o Natal. E como sempre gostei daquela sensação de escolher os presentes que iria ter no Natal fui ver os brinquedos das crianças nos dias de hoje. Para as meninas vi os tradicionais bonecos, no entanto agora vêm muito mais equipados do que no meu tempo. É carrinhos de passeio, banheiras, roupas e mais roupas, armários para guardar a roupa e adereços. Continuei pelo corredor e vejo, para muito espanto meu, máquinas de lavar roupa gigantes, frigoríficos enormes de duas portas, esfregonas e baldes industriais, aspiradores quase reais, vassouras e apanhadores, cozinhas com direito a fogão e exaustor, entre louças e muitas panelas. Eu ainda pensei que estava a viver um flashback do episódio da Gabriela. Então nós não mudámos de século? As mulheres continuam a ser educadas e formatadas para uma vida em que as tarefas domésticas assumem tempo significativo do seu dia-a-dia?
Não preciso dizer-vos que o corredor dos meninos continua com imensos carros, cada vez mais robustos e cheios de tecnologia, aviões, pistas de carros, jogos estimulantes e brincadeiras para fazer com os pares. E não, não olho para esta diferença como "natural" e como algo a que não devamos estar atentos. Estas meninas gostam de brincar com aquilo que identificam e podem relacionar com a sua mãe. E aqui é que está o grande problema. Desde pequenas que nos vamos moldando a esta função de cuidadoras e depois quando as mulheres casam e têm filhos deprimem. Acumulam tarefas, deixam de se arranjar, de fazer ginástica, de socializar. Anulam-se completamente e depois ainda têm os maridos a dizer que não gostam de sexo, que estão sempre mal-dispostas. É desde tenra idade que as meninas precisam que lhes digam que têm de fazer mais por si, de cuidar dos seus interesses, de aprender a ter paixão por um desporto ou por tocar um instrumento. É que as limpezas vão estar sempre lá, elas não fogem.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
A musica como terapia para desgostos amorosos
Um dia destes ofereceram-me o DVD da Beyoucé. Agradeci, apesar de não ser uma das minhas cantoras de eleição, uma vez que não se nega um presente oferecido. Coloquei o DVD e observei atentamente o concerto, gravado ao vivo. Pois bem, devo dizer que a Beyoncé subiu bastante na minha consideração após ter
prestado atenção significativa à música "irreplaceable". É claro que inicialmente estava
apenas vidrada na sua excelente forma física, mas serviu para os propósitos que
aqui me pretendo debruçar.
O discurso de quem tem um relacionamento amoroso que não correu lá muito bem é comparado ao da Adele na música "Someone like you". Ou seja, a Adele apaixonou-se perdidamente. E anos após ter perdido o
amor da sua vida, o seu pequeno coração ainda bate fortemente. Ainda quer saber
tudo sobre ele e fica enternecida com as memórias dos momentos que passaram
juntos. Adele reconhece esse sentimento como sendo especial e que
apesar da separação reside um carinho especial que se prevê ser eterno. Adele diz mesmo que nunca encontrará alguém tão especial
como ele.
Beyonce nesta música assume-se como uma mulher
com empowerment, e diz:
Pois, eu sei, há amores e amores. Isto sou eu a convencer-me que as coisas são mesmo assim...
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Faltam homens em condições
Faltam homens em condições, é uma frase que ouço diariamente. Nós já sabíamos que há menor quantidade de homens em relação ao número de mulheres no planeta, mas para além deste fator, os homens que existem estão longe de preencher os requisitos, cada vez mais elaborados, das mulheres.
Não sei até que ponto isto será uma realidade. O problema reside, na minha humilde opinião, nas expectativas irrealistas com que as mulheres são educadas: não basta que o homem seja meigo, ele tem de ser romântico, fazer surpresas, ter memória de elefante, ser atento aos pormenores, ser giro, ter bom feitio, gostar de bebés, cozinhar, conversar bem, entre muitos outros requisitos.
Outro fator que não ajuda a mulher a perceber bem o que quer é a busca incessante à procura da alma gémea, e é uma procura para ontem. Não dá tempo para se conhecerem com calma. É quase como se houvesse uma grande dificuldade e um sentimento de grande estranheza por se sentir sozinha, sem alguém com quem contar para os dias de menor sorte.
E na sequência do que disse anteriormente surgem os encontros combinados, que apesar de não ser nada conservadora, acho que retira a magia dos começos, o clique que acontece quando conhecemos alguém especial. E ando a ver estas situações com raparigas muito jovens, muito competentes e muito bonitas. Ando muito ultrapassada nestas questões de encontros amorosos.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Homens Pasmados
Há uma categoria de homens que todas as mulheres (e homens minimamente atentos) conhecem, e que eu designo de “homens pasmados”. Este tipo de homem é aquele que faz de tudo para ver um “rabo de saia” mais perto, não quer perder um único pormenor que seja aquando da sua passagem. Quando uma mulher linda, bonitinha, assim-assim ou a fugir para o feiota (não interessa) passa por ele, este estica o pescoço, roda a cabeça, desloca-se para mais perto dela, enfim, vale tudo menos perder oportunidade de olhar. Homens destes têm acidentes de viação por pasmarem pela jeitosa que está a passar ao lado, atrasam o passo para que a mulher passe à sua frente e assim poder admirá-la melhor, esperam à porta de uma loja (quando já iam entrar e entretanto a vêem ao longe) só para poderem vê-la passar, pára de conversar com o amigo do lado para babar um bocadinho e logo depois retomar a conversa. Os homens pasmados também podem ser conhecidos da mulher em questão, ligam-lhes tarde e a más horas para fazer perguntas desnecessárias e descontextualizadas, ou para fazerem convites para ir ver o concerto do Quim Barreiros, nunca se apercebendo muito bem que elas não estão para aí viradas.
Agora o que eu não sabia era que existiam homens pasmados pelo mundo dos blogues, ou seja, homens que procuram, numa tentativa absurda e a roçar o patético, uma conquista passageira com quem passar bons e fugazes momentos. Que eu tenha conhecimento há sites específicos para este tipo de conquistas, dos quais não constam blogues. Meninas, contem-me lá, costumam receber emails de outros bloggers a dizer que gostaram muito do vosso post e que por isso gostariam de vos adicionar ao MSN para trocarem “opiniões”, ou ainda emails que dizem nada mais do que um simples e singelo “bom dia” ou “boa, noite, dorme bem”. Isto soa-me a desespero! E para além disso quem é que perante um email de “bom dia” se encanta e fica com curiosidade para ir mais além? Qualquer rapariga que se preze percebe imediatamente a tentativa de “cantada barata” como dizem os Brasileiros, tal é a evidência do pouco esforço empregue na mesma.
Contem-me lá as vossas experiências com rapazes (e raparigas, se houver) que têm um blogue por motivos que colocam a paixão pela escrita como última prioridade.
quinta-feira, 25 de março de 2010
Quem brinca com fogo queima-se
Muitas vezes damos por nós a elaborar um sem número de características, vícios ou hábitos que o Outro tem e que nos desencantam completamente. Eles não diferem muito de pessoa para pessoa, vai desde o uso da meia branca nas ocasiões mais formais, à falta de hábitos de higiene, passando pela ausência total de cavalheirismo. Todos os defeitos que possamos encontrar tendem a diminuir o interesse que alguém nos havia despertado. No entanto penso que nada se compara ao turn-off com que uma amiga minha se viu confrontada.
A Rita namorava há 4 anos com um homem bastante interessante. Ele era inteligente, possuía um excelente sentido de humor, era globalmente considerado o típico bom rapaz, gostava imenso dela e tudo fazia para a agradar. A vida dela ao lado dele era calma e tranquila, sem grandes problemas, discussões ou sobressaltos, no entanto (e como nós nunca estamos satisfeitas com o que temos) ela estava a precisar de vivenciar emoções mais fortes, dignas das sensações provocadas por uma descida de rafting. Um certo dia conheceu o Manuel, estavam os dois a trabalhar na mesma escola (eram ambos professores). Ela achou-o atraente e sedutor logo ao primeiro olhar, ele era alto, moreno e de olhos verdes (um clássico, fica sempre bem na história), mas o que ela mais gostava nele era a sua capacidade de a deixar sem resposta. Ela considerava o Manuel ao nível da sua inteligência na medida em que aprendia imensas coisas com ele, debatiam os assuntos com uma outra profundidade quando comparado com outras pessoas e ainda lhe acrescentavam uma dose de boa-disposição. É claro que perante este cenário, a Rita andava completamente fascinada, com a descoberta diária e com as sensações que o Manuel lhe despertava. Colocou tudo em causa, pensou em terminar o namoro e ele (que também namorava) pensou igualmente em terminar a sua relação.
Tudo corria relativamente bem, estavam a conhecer-se e a descobrir todo um conjunto de compatibilidades fantásticas que tornavam o dia de amanhã muito mais sorridente e animador. Até que um dia o Manuel começou, e sem que tivessem chegado a qualquer tipo de contacto físico ou que houvesse abertura para tal ousadia, a insinuar umas preferências sexuais muito particulares. Ele revelou a Rita que ficava fascinado com a possibilidade de ela se vestir de homem, ele de mulher e que tivessem relações sexuais a desempenhar os papéis sexuais desses mesmos géneros (acho que me faço entender). Escusado será dizer que foi um “balde de água fria” para Rita. Como é possível ter-se enganado tanto, colocado tudo em causa por uma pessoa que está tão longe da realidade que ela idealizou. E se inicialmente tentou minimizar a importância dessa proposta, sinais típicos dos momentos de paixão que nos tornam menos racionais, mais tarde começou a ficar demasiado desnorteada para conseguir ultrapassar a situação, dada a insistência do Manuel. Reparem que ele não queria beijá-la, não queria abraçá-la e não queria fazer amor com ela. Ele simplesmente queria realizar uma fantasia muito pouco ortodoxa e encontrou na Rita uma mulher que ele julgava capaz de a cumprir.
Negar participar num capricho fetichista do Manuel não era para Rita suficientemente marcante para deixar de se sentir usada. Não se sentia confortável com as mudanças que o Manuel trouxe para si e para a sua vida, quando na realidade este se revelou um perfeito desconhecido. Então marcou um encontro com ele para tomar café após três semanas sem se falarem por mensagem sequer. Disse-lhe que estava de acordo, que iria realizar esta sua fantasia, para ele a esperar dentro do carro dele (nada de motéis) na próxima sexta-feira num local conhecido de ambos. A indumentária teria de ser a seguinte: lingerie vermelha de renda, com um top preto rendado e com uma minissaia de Lycra. Com a depilação feita na perfeição, unhas pintadas e com uma cabeleira loira muito comprida. No dia marcado lá estava ele, qual travesti em dia de carnaval e nada de sinais da Rita. Eu adorei a imaginação dela e vocês o que é que fariam?
Subscrever:
Mensagens (Atom)