sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Arriscar o amor...

"Arriscar-se é perder o pé por algum tempo. Não se arriscar é perder a vida..." Disse uma vez, Sören Kierkegaard.


Esta frase pode servir de inspiração para muitas coisas: para convidar aquela pessoa especial para sair; para telefonar a alguém porque apenas existe uma vontade indisfarçável de ouvir a voz dela; para mudar de emprego, de cidade ou até de país; ter-se a coragem para fazer uma declaração de amor ou simplesmente dizer “Gosto de ti”; e, ou até, de mudar de amor, para um novo amor!

É ao ler e, simultaneamente, pensar nesta frase que emerge uma vontade maior, um desejo que nasce e ganha corpo, ganha a força, e a firmeza de ânimo, para ir em frente. Para não ficar parado e avançar sem receios! Uma vontade de amar sofregamente porque, muito mais do que dúvidas, aquilo que me perturba é o medo de sofrer, ou em algum momento, o medo de ser amado e não ter capacidade de amar… Mas sem experimentar não há como acabar com estas dúvidas…

Todos os esforços parecem-me, hoje, inúteis, na tentativa de não sentir as emoções, porque, mesmo contra a nossa vontade, mesmo que queiramos destruir o amor, a vida será sempre um risco… não há como fugir dessa realidade genuína!

“Vale sempre a pena experimentar o amor. Feliz ou infeliz, o amor revela ao homem a verdade da sua essência e «empurra-o para a frente»”, relembra o filósofo. Claro que o medo de sofrer, como uma fantasia que habita o imaginário, está, permanentemente, lá. Principalmente, por mais estranha que nos possa parecer, depois de nos terem feito um assalto ao coração, quando a opção seja de rejeitar o amor! É um abismo de incompreensão que não nos permite aceitar e acaba por nos criar uma espécie de censura afectiva!

Ainda que não seja possível conciliar o quotidiano e o eterno, não vou desistir de mim mesmo, não vou desistir do que desejo, não vou desistir dos meus sonhos! Porque nesta vida tu podes até não me pertencer, mas, na história da eternidade, ficarás ao meu lado! Esta seria sempre, sem dúvida, uma excelente frase para um final de uma qualquer história de amor! Porque, as histórias de amor nem sempre acabem bem…

Nota: esta mensagem retrata muitas realidades! Um amor platónico, um amor impossível, um amor complicado e enviesado, o medo de se amar alguém, o medo da perda, enfim, talvez, o querer sempre encontrar uma garantia para os actos!
Mas é, sobretudo, uma reflexão sobre um dos temas que mais prazer me dá ler, reflectir ou escrever; o amor! E, terá sido, talvez, a última mensagem publicada aqui. Porque a Gaja, decisão que respeito, optou por se afastar do blogue, não sei se fará sentido continuar, a solo, num espaço que foi pensado para o debate de ideias, da contradição ou da controvérsia entre os dois sexos. Os próximos dias servirão, seguramente, para reflectir e tomar uma decisão quanto ao futuro deste espaço.

Até lá, sejam felizes…

8 comentários:

Anónimo disse...

Eu acho que não devia terminar com o blogue. Apesar do intuito do blogue ser um debate entre os dois sexos o que não falta são mulheres a escrever, e convenhamos, a Gaja do blogue era muito ausente não lhe parece? Não vai fazer falta. Por isso acho que deve continuar. Não há muitos homens a escrever, quanto mais homens que o façam da forma como brilhante como faz.
O que precisamos fazer? Uma petição? Implorarmos diariamente com mensagens? Enviar um mail diário? Colocar todos os outros blogues a mendigar que não termine
? Pode ser criativo nas sugestões.

Quanto ao amor, parece-me que apesar de haver histórias que nos marcam para a vida, que nunca iremos esquecer, e que nos ajudam a ver a vida com um colorido diferente devido à riqueza da experiência vivida, nunca uma coisa tão bonita pode ser motivo de medo do que quer que seja.
Eu acho que há sempre muitas pessoas especiais no mundo com quem iremos viver experiências fantásticas. E até acho que elas aparecem nos timings certos. E às vezes quando encontramos outra pessoa especial até relativizamos o amor que outrora sentimos. Pelo menos é isso que eu quero muito acreditar.

Carolina Louback disse...

Ontem tive uma aula cujo tema versava sobre amor e paixão. Ao acordar foi o temática que resolvi levar para o blog, em vez de ir direto e escrever passei os olhos na lista dos blogs que leio e lá estava ¨A opinião dos Sexos¨. Como gosto muito de ler-te e nem sempre escreves corri para cá (tens minha preferência, viu?).

Acho que amar não implica só em arriscar-se, como se houvesse na figura que colocaste duas placas com destinos diferentes: sofrer ou não sofrer.

Um dos quesitos na construção do caminhar a dois na trajetória que passa da paixão que sobrevive e transforma-se em amor é a confiança. Confiança esta nos sentimentos que o outro devota e nos sentimentos que se tem pelo outro. Faz parte de uma construção da relação.

Curtir um momento a dois é entregar-se e por isso mesmo arriscar-se. Em certa altura dá medo sim, mas se conseguir ultrapassar o medo poderá usufruir de uma vida amorosa (dá um pulo lá que vou falar disso). Amar sofregamente... gostoso isso ein...

Acho que a vida se vive aqui e se deve viver o amor no presente e deixar para eternidade assuntos da eternidade.

Quanto ao terminar o blog não é o que penso que deve ser feito.

Beijos

Carolina Louback disse...

De fato sumistes... lamento Gajo.

beijus

Anónimo disse...

Clique aqui para ver mais uma postagem Super-Hilariante :))))

O Gajo disse...

Anónimo,
Existem muitas mulheres a escrever, sim! Mas, agradecendo o elogio, as suas palavras reconfortantes e carinhosas, a escrever da forma brilhante como a Gaja do blogue o fazia, apesar das curtas intervenções, são muito poucas! E entre continuar com uma comum, ou sozinho, ou encerrar o blogue, estas duas últimas hipóteses parecem-me, francamente, mais óbvias!
Não precisa de fazer nada! Tudo na vida é um ciclo e, se calhar, este terminou! Eu também já vi, ainda recentemente, blogues que admirava e adorava ler, encerrarem sem mais justificações! Mas agradeço-lhe desde já o carinho…
Ter medo é bom já que nos mantém alerta! O medo de que falo é o medo de não ser amado, o medo de não corresponder ao amor que me chama e cerca. Mas, sobretudo, o medo de não sentir, de não arriscar, de não poder dizer: eu tentei!!!
Existem muitas pessoas, sim, mas muito poucas, verdadeiramente, especiais! E aparecem nos timings certos, sim, ainda que possamos não perceber, de imediato, o porquê de terem aparecido naquela altura. Mas nada acontece por acaso e, mais tarde ou mais cedo, as peças acabam por se encaixarem correctamente!
Quanto ao amor que pensámos sentir e relativizamos, basta um pequeno sinal da sua existência para tudo ficar, de imediato, em evidência!
Eu também queria acreditar que amanhã ia estar um lindo dia de sol… mas a previsão é de que irá chover! Percebeu?!??

Obrigado pelo seu comentário.

O Gajo disse...

Carolina,
Muito, muito obrigado pela preferência! É muito bom ler o que me escreve e faz-me, de facto, pensar se deverei ou não encerrar este espaço.

Não acha que é verdade?!?? Com o amor ou se sofre ou não se sofre! Existe por acaso meio-termo? Se for algo morno, que não aquece nem arrefece, poderemos dizer que é amor? Que é amar? O Amor não é de extremos e não é assim que é vivido, sempre?!?? Ou se é feliz ou sofre-se?!?? Se existir um meio-termo é considerado Amor ou é apenas um gostar? Existirá, por acaso, um Amor assim-assim? Se existe ou não o quero para mim! Quero o outro, o do extrema da felicidade! Esse sim…

Sim, concordo! De facto, a confiança é um dos pilares que qualquer relação! Mas, neste caso, antes de confiarmos no outro, não devemos, primeiro, estar confiantes em nós mesmos ou no nosso sentimento??? Muitas vezes, antes de tudo, falha isso.

Pois é, Carolina, mas, infelizmente, muitas pessoas preferem não arriscar e vivem uma vida que não é a delas por não se entregarem ao amor. Dá medo, sim! E quem tem medo poderá nunca experimentar o sabor da derrota! Mas, pior, é nunca senir a emoção da vitória!

Não sendo um assunto para ser discutido aqui, muito menos nesta mensagem, a nossa vida não se resume ao intervalo que medeia o nascimento e a morte! E a(s) nossa(s) história(s) com outra(s) pessoa(s) pode ser resolvida na eternidade, mesmo!

Ainda não sumi, Carolina! Agradeço-lhe, desde já, todos os comentários e a participação que teve aqui no blogue!

Helena disse...

P odia dizer muitas coisas, deixar a minha opinião...mas o que eu quero mesmo...é que seja Muito Feliz!!!

Carolina Louback disse...

Gostei de suas indagações, acho que não se tem resposta para tudo.

Um amor feliz, penso que sim, mas é construído.

Faço minha as palavras de Maria o importante é que sejas feliz e que a sua decisão encontre em ti paz.

Beijos de apoio e carinho.