sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Nada escapa à estética


Li recentemente uma notícia que mencionava o interesse cada vez maior nas jovens de origem britânica em realizar uma cirurgia estética aos lábios vaginais. Estas intervenções aumentaram significativamente nos últimos 10 anos (cinco vezes mais), e as jovens ainda se encontram a estudar, uma delas de apenas 11 anos, sendo por isso muito novas.

Estas jovens sentem-se incomodadas pelo tamanho dos lábios vaginais, que consideram exagerados e fora do comum. No entanto, em muitos destes casos, a intervenção foi recusada uma vez que se tratava de situações perfeitamente enquadradas no que é considerado "normal".

Questionadas relativamente à sua motivação e objetivo para realizar a cirurgia, elas apontavam a melhoria da sua aparência, da autoestima, a eliminação do desconforto sentido e a melhoria das relações sexuais. 30% das mulheres indicavam que esta insatisfação se iniciou entre os 11 e os 15 anos.

Eu acho maravilhoso que cada um procure sentir-se o melhor possível com o seu corpo, mas esta especificidade mostra-nos que nada escapa ao escrutínio pessoal e social. Mas existem vaginas feias? E como determinam a normalidade dos tamanhos dos lábios vaginais? E até que ponto faz sentido recorrer a esta cirurgia se o objetivo que a motiva pode inclusive ser contraproducente, como é o caso de quererem melhorar a relação sexual e sofrer de perda de sensibilidade como consequência da cirurgia. Aos 11 anos acho que nunca tinha olhado para essa parte do meu corpo com olhos de ver. Eu que andava a pensar se fizesse uma ou outra cirurgia ao corpo já me dava por satisfeita, lá vou ter de pesquisar que outras áreas me escapam e que podem estar a precisar de intervenção urgente. Uma mulher não tem sossego!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Mudam-se os tempos, mas não as vontades



Apesar de não gostar de novelas de época, esta semana  vi um episódio da famosa novela "Gabriela". No decorrer daquele momento e, imbuida no espírito natalício, agradeci sinceramente ter nascido numa época em que posso fazer diversas escolhas para a minha vida, não direi com a liberdade total, uma vez que mesmo inconscientemente estamos muito condiciondos pelas normas sociais, mas com  autonomia quase tortal. Posso decidir onde vou, com quem vou, dispor do meu tempo da forma que considerar conveniente e prazeiroso. Posso decidir namorar ou casar com quem escolher. Sou soberana na decisão de participar em algo, ou de não participar. Sou ouvida na minha opinião e valorizada nas minhas opções. Gosto de ter a minha profissão e a minha independência. Sinto-me útil ao prestar um trabalho necessário à sociedade.

Ontem fui, como todos os mortais que precisam de se alimentar, ao supermercado. Gosto de ir ao supermercado a uma hora improvável para a maioria, à hora de jantar. Entrei e deparei-me com a tradicional campanha chamativa de brinquedos para o Natal. E como sempre gostei daquela sensação de escolher os presentes que iria ter no Natal fui ver os brinquedos das crianças nos dias de hoje. Para as meninas vi os tradicionais bonecos, no entanto agora vêm muito mais equipados do que no meu tempo. É carrinhos de passeio, banheiras, roupas e mais roupas, armários para guardar a roupa e adereços. Continuei pelo corredor e vejo, para muito espanto meu, máquinas de lavar roupa gigantes, frigoríficos enormes de duas portas, esfregonas e baldes industriais, aspiradores quase reais, vassouras e apanhadores, cozinhas com direito a fogão e exaustor, entre louças e muitas panelas. Eu ainda pensei que estava a viver um flashback do episódio da Gabriela. Então nós não mudámos de século? As mulheres continuam a ser educadas e formatadas para uma vida em que as tarefas domésticas assumem tempo significativo do seu dia-a-dia?

Não preciso dizer-vos que o corredor dos meninos continua com imensos carros, cada vez mais robustos e cheios de tecnologia, aviões, pistas de carros, jogos estimulantes e brincadeiras para fazer com os pares. E não, não olho para esta diferença como "natural" e como algo a que não devamos estar atentos. Estas meninas gostam de brincar com aquilo que identificam e podem relacionar com a sua mãe. E aqui é que está o grande problema. Desde pequenas que nos vamos moldando a esta função de cuidadoras e depois quando as mulheres casam e têm filhos deprimem. Acumulam tarefas, deixam de se arranjar, de fazer ginástica, de socializar. Anulam-se completamente e depois ainda têm os maridos a dizer que não gostam de sexo, que estão sempre mal-dispostas. É desde tenra idade que as meninas precisam que lhes digam que têm de fazer mais por si, de cuidar dos seus interesses, de aprender a ter paixão por um desporto ou por tocar um instrumento. É que as limpezas vão estar sempre lá, elas não fogem.



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Pois é, há amores e amores. E depois há amores que nunca se esquecem, mesmo...!

A propósito da mensagem anterior, é verdade, sim, que a música pode funcionar como terapia para desgostos amorosos! Seja para nos reanimar a alma, depois desta ter sido atirada, por alguém, a quem mais do que, muitas vezes, queremos mais do que a nós próprios, bem para o fundo do poço, seja para nós afogarmos as nossas mágoas. 
 
A música tem essa capacidade inigualável de nos mudar e moldar o estado de espírito e a disposição emocional. A verdade é que já existem indícios científicos evidentes de que os ritmos e sons podem alterar as batidas do nosso coração, o nosso fluxo sanguíneo e consequentemente nosso estado de ânimo. Enquanto estamos a ouvir uma música as suas ondas sonoras (vibrações) alcançam, não só os tímpanos, como, também , o corpo todo e são transformadas em substâncias químicas e impulsos nervosos que vão registando nas nossas mentes os diferentes tipos de som que estamos a ouvir. Assim sendo, todas as funções de nosso organismo são influenciadas.
 
Ciência à parte, todos nós temos uma ou várias músicas com as quais não nos podemos deixar de emocionar, que nos causam um alvoroço interior ou um tumulto no corpo e no cérebro, por nos fazer lembrar alguém por quem estivemos, ou, porventura, estamos, ainda, terrivelmente apaixonados. São sensações só nossos, é verdade. Mas, com uma energia e intensidade tão fortes que são bem capazes de transformar o nosso estado emocional e, consequentemente, de todos aqueles que estão ao nosso lado. Para o bem, ou para o mal...
 
Estas são duas músicas que fazem parte do meu repertório emocional. Penso que cada uma delas fala por si mesma...
 




Pois é, há amores e amores. E depois há amores que nunca se esquecem, mesmo...!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A musica como terapia para desgostos amorosos


Um dia destes ofereceram-me o DVD da Beyoucé. Agradeci, apesar de não ser uma das minhas cantoras de eleição, uma vez que não se nega um presente oferecido. Coloquei o DVD e observei atentamente o concerto, gravado ao vivo. Pois bem, devo dizer que a Beyoncé subiu bastante na minha consideração após ter prestado atenção significativa à  música "irreplaceable". É claro que inicialmente estava apenas vidrada na sua excelente forma física, mas serviu para os propósitos que aqui me pretendo debruçar.

O discurso de quem tem um relacionamento amoroso que não correu lá muito bem é comparado ao da Adele na música "Someone like you". Ou seja, a Adele apaixonou-se perdidamente. E anos após ter perdido o amor da sua vida, o seu pequeno coração ainda bate fortemente. Ainda quer saber tudo sobre ele e fica enternecida com as memórias dos momentos que passaram juntos. Adele  reconhece esse sentimento como sendo especial e que apesar da separação reside um carinho especial que se prevê ser eterno. Adele  diz mesmo que nunca encontrará alguém tão especial como ele.

Beyonce nesta música  assume-se como uma mulher com empowerment, e diz:





Pois, eu sei, há amores e amores. Isto sou eu a convencer-me que as coisas são mesmo assim...

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Faltam homens em condições

Faltam homens em condições, é uma frase que ouço diariamente. Nós já sabíamos que há menor quantidade de homens em relação ao número de mulheres no planeta, mas para além deste fator, os homens que existem estão longe de preencher os requisitos, cada vez mais elaborados, das mulheres.

Não sei até que ponto isto será uma realidade. O problema reside, na minha humilde opinião, nas expectativas irrealistas com que as mulheres são educadas: não basta que o homem seja meigo, ele tem de ser romântico, fazer surpresas, ter memória de elefante, ser atento aos pormenores, ser giro, ter bom feitio, gostar de bebés, cozinhar, conversar bem, entre muitos outros requisitos.

Outro fator que não ajuda a mulher a perceber bem o que quer é a busca incessante à procura da alma gémea, e é uma procura para ontem. Não dá tempo para se conhecerem com calma. É quase como se houvesse uma grande dificuldade e um sentimento de grande estranheza por se sentir sozinha, sem alguém com quem contar para os dias de menor sorte.

E na sequência do que disse anteriormente surgem os encontros combinados, que apesar de não ser nada conservadora, acho que retira a magia dos começos, o clique que acontece quando conhecemos alguém especial. E ando a ver estas situações com raparigas muito jovens, muito competentes e muito bonitas. Ando muito ultrapassada nestas questões de encontros amorosos.