terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Seduzir ou seduzido/a?

Ora aqui está um tema interessante levantado pela Gaja.

Nos dias que correm é, cada vez mais, frequente ver uma mulher com um papel bastante activo no meio onde está inserida, isso já não é novidade! No entanto, ao que às relações diz respeito, as “funções” da mulher têm tido uma evolução e, simultaneamente, na maioria das situações, uma agradável surpresa.

Até há algum tempo atrás, a iniciativa cabia sempre ao homem. Este é que tinha a obrigação de cortejar a mulher. Tinha de a conquistar e seduzir. Ela, por sua vez, ainda que estivesse, também, desejosa por ele, tinha que fazer o seu papel de mulher. Era uma obrigação, estava instituído que era assim! Uma série de iniciativas e rituais tais como cartas de amor, muitas das vezes às escondidas, serenatas, ramos de flores e caixas de bombons aconteciam com um único objectivo. O de conquistar a amada mas, sobretudo, convencer a família e, principalmente, o pai de que as intenções eram as melhores e que se era o melhor partido para a filha em questão.

Felizmente, em minha opinião, hoje em dia, quase, já não é assim. E digo quase porque, como em quase tudo, passo a redundância, há sempre quem tente resistir à mudança. Já não há mais aquele comportamento estereotipado tipo baile de fim-de-semana onde no canto estão as mulheres, aguardando ansiosamente que o homem as venha desencalhar para a dança. Não! Hoje em dia são elas próprias que tomam a iniciativa de os irem buscar para “dançar”. A mulher, actualmente, de forma mais ou menos natural, gosta de jogar o seu charme e sedução. Quer seja para um flirt ou para algo mais sério! Não sei se isso tem algum nome mas, em minha opinião, não é o que torna as mulheres fácies. Aliás, o que é isso de mulheres fácies? Ou melhor, pondo a questão de outra forma, quais são as difíceis? Serão aquelas, mais conservadoras, que continuam à espera que os homens tomem a iniciativa para tudo e elas vão-se fazendo de, mais ou menos, desentendidas, até que eles, cansados e sem mais paciência para as “frescuras” delas, as mandam passear, aí, elas já deixam de ser assim tão difíceis e correm atrás do prejuízo, e é se querem?… Creio que não existem mulheres fáceis ou difíceis, ou pelo menos não as devemos catalogar dessa forma, mas existem sim aquelas que conseguiram descomplexar, dar o salto psicológico e quebrar o estigma da educação, dos costumes. São mulheres mais atrevidas, na sua maioria, muito seguras e que demonstram grande confiança em si mesmas, nas suas capacidades, sem receio dos preconceitos ou de levar um não. Não que elas tenham deixado de gostar de serem conquistadas e seduzidas… não me parece! Mas não se importam de assumir o papel de conquistadoras, de caçadoras em vez da caça.

Quanto à questão levantada, se é deste tipo de mulheres que os homens gostam? Depende… é necessário haver um equilíbrio. Ou, pelo menos, as duas peças têm de encaixar muito bem, sem forçar ou partir. Da mesma forma que uma mulher não gosta de um homem bota-de-elástico, um homem também não gosta daquela mulher que parece ser demasiado directa. Ok, admitindo que pode até ser bom no início da abordagem, ainda que não o seja, o homem gosta sempre de se sentir um pouco o caçador. De que é ele quem comanda a acção. Levanta-lhe o ego! Não há volta a dar… E se a mulher for demasiado directa e acutilante, pode afastar-se ou criar uma parede. Não significa que a vá catalogar do que quer que seja. Mas, de certa forma, sente a sua masculinidade ameaçada. Confesso que isso já aconteceu comigo. Não tanto pela abordagem em si mesma mas pelo facto de ter vindo de quem eu não esperava. Lá está, a ideia pré-concebida que eu tinha dessa mulher surpreendeu-me e não soube reagir da melhor maneira. Talvez houvesse até um pouco imaturidade. Não sei se foi por receio ou porque me senti assustado, ou sequer senti a minha masculinidade abalada, mas, talvez, porque as expectativas que criei à volta dela me traíram. Ou melhor, condicionaram-me as acções e intenções. Por muito difícil que seja para um homem admitir isto, o que é certo é que, acontece com mais frequência do que se possa imaginar. Mas, claro, também aqui temos de distinguir dois tipos de homens. O homem que aceita tudo o que lhe aparece. Oferecido ou não, não interessa! Se lhe cai à frente não perde uma oportunidade e refeições grátis não as desperdiça. E, ainda assim, no final sente-se o maior garanhão e tenta-se enganar a ele mesmo. Porque sabe que, no fundo, saiu-lhe foi o bilhete na rifa. O outro tipo de homem é o homem que não aceita ofertas. Sejam elas quais forem! É por natureza mais calmo e misterioso e, também, o que desperta maior interesse nas mulheres. Por mais tentadoras que possam ser, ele escolhe a sua presa e tem de lutar por ela, esquecendo todas as outras, porque, ainda que não a consiga apanhar, o sabor da caça é-lhe sempre mais saboroso no final.

Acho que mesmo não se deixem limitar por preconceitos, comportamentos politicamente correctos ou regras da nossa sociedade a maior parte das mulheres sentir-se-ão sempre mais confortáveis no papel de seduzidas e conquistadas e os homens no de galanteadores e conquistadores.

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